Um trabalho pra faculdade, um dos momentos que eu mais sentirei saudades dessa fria cidade chamada Curitiba.
A proposta era simples: Musicalizar um dito popular brasileiro.
Procurando algum dito interessante, minha colega lia em voz alta uma lista que pegamos na internet, entre ditos e mais ditos, uns engraçados, outros que nada diziam, e nenhum que tocava no fundo a minha alma, eis que ela lê o seguinte ditado: “Quem planta vento colhe tempestade”, chegou a me causar um impacto interior e fiquei sem palavras, o pior é meus colegas do grupo não disseram nada e ela seguiu lendo os outros, eu: ”Pêra aí! Leia de novo o anterior!” E ela repetiu com sua voz doce “Quem planta vento colhe tempestade”, Bueno, .Não demorou nada pra eu convencer eles que esse seria o dito!
Antes disso eu já havia convencido eles que faríamos música gaúcha, eles ficaram de início meio contrários, mas quando eu sentei no piano e toquei um belo motivo de acompanhamento de uma milonga bem melancólica, eles ficaram encantados e toparam na hora.
O nosso trabalho:
Começa com uma melodia inspirada que meu caríssimo amigo e talentoso violinista Leonardo Langrafe compôs, logo entra o piano acompanhando uma bonita canção composta pela multitalentosa e encantadora Iria Braga, grudado nisso vem uma das minhas composições que eu mais gosto, uma milonga para piano bem atormentada interpretada com afinco por um cara que eu quero muito bem, meu amigo e excelente pianista Lucas Moreira (muito aprendi com ele); compus essa milonga numa madrugada insone e muito inspirada e atormentada (como costumam ser minhas madrugadas cotidianas), achei que “Temporal” seria um bom nome pra ela, notem os clusters imitando trovões!
Depois da milonga tempestuosa no piano, eu canto uma milonga-canção tradicional que compus a música e a letra (Com o auxílio do meu amigo e grande poeta pampeano Alessandro Reiffer). Eu não sou cantor muito menos violonista, e ainda por cima o meu microfone ficou muito baixo, e os violões muito altos (tem que erguer o volume pra conseguir ouvir minha voz e distinguir as palavras da canção), a composição também não tem nada de mais, mas acho que deu pra mostrar para os paranaenses um pouco da música minha terra tanto amada.
Meus colegas acharam que deveríamos passar um pouco de esperança no final, como estávamos em grupo, concordei.
Então a Iria então compôs outra vez uma melodia linda, e uma letra belíssima e singela “Planto aqui meus pés no chão, amanhã vai ter sol...”.
Bom, vamos ao vídeo:
Devo dizer que as pessoas que eu conheci esse ano na Escola de Música e Belas Artes do Paraná são únicas, de valor inestimável, pessoas humildes, esforçadas e unidas pela fé na arte; 2008 foi um dos anos mais importantes da minha vida, aprendi muito com essas pessoas e com o ambiente da escola, não só musicalmente como para a vida principalmente. Agradecerei sempre por ter tido contato com essas pessoas, sentirei muitas saudades.
In 2025, musicians keep making music for their inner child
-
Lately, artists are reaching back in time to revisit and retain the spirit
of a younger self, opening a door to another world for both themselves and
their...
3 comentários:
E aí, cara!
Realmente, concordo contigo sobre a "sobrevivência" da música brasileira. De fato, o que eu queria mesmo reclamar era o "sumiço" dela frente à ascensão de toda a porcaria que a mídia nos faz engolir.
Acho, ainda, que o RS é o que, de certa forma, "salva" o Brasil nesse sentido.
O problema é que a verdadeira música brasileira foi esquecida. Existe, mas debaixo dos panos.
Teu blog me agradou muito. Colocarei, inclusive, um link na minha página.
Um abraço!
Bah, Alberto, esse teu trabalho ficou muito bom mesmo, a parte que tu compôs pra piano é algo realmente apocalíptico. Parabéns!
Oi, Alberto! Pois é, resolvi fazer um desses trecos pra mim também. Adicionar-te-ei também.
Espero que tu tenhas mais coisas pra sentir falta aí de Curitiba...
Abraço!
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