_____________________________Alberto Ritter Tusi
(Título em homenagem ao soneto homônimo de minha avó, Therezinha Tusi, que está no seu livro "Afinidades".)
A garrafa é um ventre de mãe
à luz da lareira que é também um Sol.
Tu, um sonho que flui e toda noite é novo.
Ah, fogos belos, fátuos e verdes
da madeira assoviando um belo som exato.
Quem me dera falassem,
me apontassem o caminho.
A lenha é dos Ipês
que vi meu avô plantar, do ar.
Do tempo que, ainda criança,
eu voava pelo pátio.
Eu, por ter perdido de entrar,
sou uma chave
que perdeu sua porta.
Não fosse ela feita de Sonho,
material difícil de lidar,
talvez queimar pudesse
no universo solar da lareira.
Da garrafa ao outro lado,
as chamas, uma a uma,
acendem no vinho luzes
de brilhar nos olhares
E renunciando ao dia,
sibila a pupila
nas pálpebras fechadas
Buscando num sonho
portas queimadas,
amores perdidos,
garrafas quebradas.
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(christiancarey)
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(christiancarey)
Um comentário:
eeeee
saudades de ler teus poemas que simplesmente são magníficos!
Fantástico mesmo. A cada palavra que tu escreve tu te supera!
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