9.8.08

Eu sou Gaúcho.




Por isso falarei de Mário Barbará Dorneles,

Gaúcho, Advogado e Compositor. Nascido em São Borja-RS, foi um mito da chamada "Califórnia da Canção Nativa", um grande festival de música nativista que ocorre na cidade de Uruguaiana-RS.
Lugar, este, às margens do rio Uruguai. Fronteira política com a província de Corrientes da Argentina. Mas, para este aqui, a verdade é que essa fronteira é só política mesmo. Sinto-me muito menos em casa ao cruzar fronteiras com Santa Catarina, quando vou indo ao fundo do Brasil tropical, do que quando abro um livro de Borges, ou quando ouço uma milonga portenha ou quando vou ao Uruguai.
Tentar explicar isso!? Não sei ao certo. O lugar possui um emaranhado de arte, costumes e ritos típicos dos povos pampeanos que humildemente se fazem presentes, mesmo que de forma simplória, no cotidiano do gaúcho: Uma roda de chimarrão aqui, o som de uma milonga em volta de um fogo de chão, os campos... Seria isso que hermana esses povos? Ah! Outra coisa importante: o frio!
O frio como Vitor Ramil, outro grande compositor gaúcho, escreve em sua conferência escrita em genebra: a "Estética do Frio", pode ser o fator de unificação desses povos. No pensar de V. Ramil, que eu estou de pleno acordo, enquanto no resto do Brasil as pessoas estão completamente voltada para as ruas, são extrovertidas, e festivas; O gaúcho à pesar de não ser estúpido e misantropo, tem uma tendência introspectiva muito forte, e muitas vezes, ao invéz de olhar para a janela, olhamos para o interior. E assim compreendemos o real significado de amar a terra e dar valor ao nosso povo, seus costumes e suas tradições. Hermanando assim os povos pampeanos.
E essa irmandade é tão incrível que ela afeta todas as classes sociais. Seja peão, seja patrão. Sendo gaúcho que se prese, mantará o amor aos campos e aos céus. E cultivará as tradições pampeanas. E é ainda tão mais incrível pelo fato de que as pessoas mais humildes, muitas vezes sem estudos, são as que mais levam em conta e dão valor para essas coisas, sem porcurar "porquês" assim como este que vos escreve, mas por simples ímpeto interior.
Pronto, acho que já falei um punhado de Mário Barbará Dorneles e de qualquer gaúcho que se prese nas linhas acima. E saio daqui com o pesar na consciência de não ter exposto tudo o que queria. Mas feliz, justamente por isso, pois esse peso é que me faz ter consciência do quão indescritível é ser gaúcho, não é qualquer punhado de palavras que vai dizer isso!
E que tudo que não consegui dizer mais o pouco que disse sobre minha terra ilumine todos os outros povos para que se unam e dêem valor à terra por si só. Sem cobrar nada, por pura consciência e ponto final.

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