2.9.10

uma garrafa de canha (os contos de Borges)

Lendo a homenagem feita pelo Reiffer, não consigui deixar de dizer algo ao infinito para infinita tristeza de Borges.




Pedaços do cosmos enfrascados na forma de simples "causos", como numa garrafa de canha.

Estes são os contos de Borges.

A simples forma dessas histórias, metáforas de luz - num sentido de quase causar inveja a Deus - de coisas absolutamente profundas e abominavelmente simples como morrer, sonhar, não dormir...  Juntas de espécies de sentimentos tão profundos que são novos e intraduzíveis por palavras de gente sã... Só concebíveis, em parte, ao tragar da garrafa de Borges.

As pessoas daqui deviam chorar só de saber que nasceram na mesma porção de terra que o criador de "A Biblioteca de Babel".

É catártico ler sua biografia...
Pobre mizerável, quão desgraçado foi Borges!
Infinitos prêmios, títulos e honrarias e ainda sim...
Mizerável Borges! Sempre sem ninguém...
(Ainda que, por muitas vezes, rodeado de gente).


E eu tenho vivido ao fundo
a triste angústia de Borges.

2 comentários:

Al Reiffer disse...

É, e Borges merece...

Richard Mathenhauer disse...

Borges, tateando no escuro, ausente de rostos e palavras. Mas, não seria Borges se assim não fosse.

"É, e Borges merece..." (2)

Abraços,