___________________________Alberto Ritter Tusi
Agora sim.
05:31 da manhã.
O Poe e o Freud dos pobres se foram.
Traguei um porre em exata dose insana,
Frio e febre esvaziara Santiago,
e me enchia de vontade
de loquiar qual meu maior tutor,
meu pai de eterna arte.
Hoje perfeitamente insano me faço,
quizera viver eu sempre assim,
qual great gig in the sky
qual Wright & Barrett
qual Ummagumma e The Piper.
qual Fausto, de Goethe.
deixai-me fazer arte sempre assim,
lutar-me sempre assim
Tomai do vinho o tempo que o lega a loucura,
e elevai tal loucura à doçura do luar.
Gritai dentro de si a demência ao real.
Quizera estar eu sentir-me sempre assim,
Lunar de mim Sejam os perfumes.
E que a arte profunda afunde comigo
Em cálice lunático de putro-rosáceo licor
à cítrica musa bebei e contemplai.
beleza infinda
de uma louca pessoa.
Versos Diretos n°163, 164, 165, 166 e 167
-
*n°163*: há três coisas inegociáveis
(porque se forem negociadas
não são verdadeiras):
a morte
a arte
e o amor.
*n°164*: os versos voam a todo instante
so...
Um comentário:
O Poe dos pobres sou eu, o Freud dos pobres é o Luiz Paulo, e o Alberto é o Beethoven dos pobres. Que além de saber fazer música, sabe escrever. Aqui está a prova.
Postar um comentário