6.12.09

Uma maçã na Lua III.

___________________________Alberto Ritter Tusi

Por dias,
dos olhos da moça da alma em sombra,
pego a taça do luar,
que só do prédio em frente se vê.

Por dias,
astro de mel,
cintilas só em mim,
e dos olhos meus
o toma a moça.

Cada um no seu tempo.

Mas sinto o luar naqueles olhos,
cada vez mais
com brilho maior,
que a Lua que deveras vejo.

Triste beleza,
maltrata as almas solitárias:
Crepúsculos dançam na taça
que trêmula
deixo cair.

E sobre nós todas as tristezas
das noites escuras e sem luar,
que são nossos olhos.

Sofreguidão.
Sem  fim.

Então,
Apenas descubro
que a lua brilha mais
nas vidraças dos olhos
de taças quebradas.

E eis tu novamente,
sábia Lua,
Do teu halo na janela
a convidar-me denovo
pra música tua nos olhares.

Eu, débil, nunca rejeito.

Talvez por imaginar,
para os ossos da Terra,
um nobre destino:

Ser luar.

2 comentários:

Micheli Pissollatto disse...

Que baita poema, guri! Com certeza o tempo gasto nele não foi em vão. Lindíssimo! Parabéns.

Al Reiffer disse...

Lindo poema mesmo, lindo e apaixonado. Parabéns!